domingo, 26 de abril de 2015

#GloboGolpista50 - 13 vídeos para DEScomemorar os 50 anos da Globo

Em ordem cronológica:


1975

Exaltação e propaganda da Ditadura Militar na voz de Cid Moreira



1987

Jô Soares desabafa contra a Globo ao receber Troféu Imprensa de Melhor Humorista, pelo SBT


Aconteceu em 1987 o que hoje nem os mais otimistas poderiam considerar. Ao vivo, Jô Soares desabafa contra a Rede Globo em cadeia nacional.

Após receber das mãos de Sílvio Santos o troféu imprensa de melhor humorista, Jô pede licença para ler um artigo de sua autoria publicado no Jornal do Brasil. O conteúdo da mensagem trata de práticas habituais da emissora dos Marinho que sobrevivem até os dias atuais. Isto é, pisotear quem não mais lhe serve; censurar tudo o que representa interesses contrários; abusar da influência para engendrar perseguições e manipular o imaginário popular.

(Texto do site Pragmatismo Político)


1993

Além do Cidadão Kane


Documentário produzido pela BBC de Londres, lançado em 1993 e desde então censurado no Brasil.

O título Além do Cidadão Kane faz alusão a um filme inspirado na vida de William Hearst, magnata da imprensa norte-americana, corrupto, responsável pela produção de matérias sensacionalistas e por manipulações grosseiras com fins políticos*. Qualquer semelhança com o legado de Roberto Marinho não é mera coincidência.

Embora a Record seja proprietária dos direitos de transmissão desde 2009, ainda não logrou transmitir o filme em cadeia nacional. No entanto, a peça já foi exibida em espaços públicos e circula desde então em cópias (VHS, CD, DVD), tornando-se bastante acessível nos dias de hoje através da Internet.

Um autor anônimo narra que os esforços dos Marinhos e do Estado em censurar a obra acabaram contribuindo para  torná-la um hit e um cult:

Como a celeuma em torno da censura ao documentário "Além do Cidadão Kane" ajudou a transformar o filme num cult

Foi há exatamente dez anos, em 1993. O documentário "Além do Cidadão Kane", da BBC havia sido apresentado em uma única sessão no Museu da Imagem e do Som (MIS). Até aí, tudo bem, e a repercussão do filme não teria nada de extraordinário, não fosse a decisão do então secretário da cultura do estado, Ricardo Ohtake, de demitir o programador do MIS, Geraldo Anhaia Mello, por ordens diretas do então governador Fleury, o "marechal do Carandiru". Para quem não é de São Paulo, o governo Fleury é considerado um dos mais corruptos da história do estado, só perdendo para o de seu padrinho político Orestes Quércia. A justificativa de Ohtake era que o filme estaria sendo exibido sem a autorização de seu diretor, Simon Hartog, mas todos diziam que o motivo real eram as pressões vindas diretamente de Roberto Marinho.

Imediatamente inicia-se violenta polêmica na imprensa, e Geraldo Anhaia Mello, longe de se intimidar, parte para o contra-ataque através do jornal "Folha de São Paulo" Tão logo toma conhecimento do caso, o próprio Simon Hartog envia autorização liberando a veiculação irrestrita do documentário em território nacional, e assim o pretexto para censurar o filme cai por terra. Não resta ao MIS outra alternativa senão realizar sessões gratuitas do filme, que atraem multidões que nunca teriam tomado conhecimento do documentário sem a celeuma em torno de sua censura. Eu fui uma das pessoas que compareceu a uma dessas sessões sempre lotadas, e apesar de ir muito ao cinema, foi o único filme a que assisti até hoje que foi aplaudido de pé no final. Homenagem mais do que merecida, não só ao filme (que dizia o que ninguém no Brasil tinha peito de dizer), mas à coragem e determinação do jornalista Geraldo Anhaia Mello.


http://www.midiaindependente.org/pt/red/2003/08/260569.shtml



1994

Direito de Resposta de Leonel Brizola lido por Cid Moreira


Fernando Britto conta a história:

"Já no Governo, em 1992, Brizola dá uma entrevista, dizendo que por toda a sabotagem que a Globo fizera à Passarela do Samba, o prefeito da cidade, Marcello Alencar deveria negar à emissora a exclusividade da transmissão do Carnaval.

Foi o que bastou para que o jornal O Globo publicasse um editorial violentíssimo contra Brizola – o título era “Para Entender a Fúria de Brizola”, acusando-o  de senilidade, “declínio da saúde mental”, e por suas relações, sempre institucionais, com o Presidente da República, Fernando Collor.

À noite, o Jornal Nacional reproduziu, na voz de Moreira, o texto insultuoso."

Brizola solicita redação de texto pelo Britto e entram no dia seguinte com pedido de direito de resposta.
"Foram dois anos e um mês de espera pela Justiça.

(...)

No final do dia 9 de março chega a notícia da vitória no Superior Tribunal de Justiça, mas ainda havia um recurso possível e um “notificaram a Globo ou não notificaram?”. O ceticismo, confesso, era maior que a ansiedade.


No próprio dia 15, terça da semana seguinte, quando o texto foi ao ar, não críamos – nem eu, nem Brizola – que aquilo iria acontecer".


2010

Petkovic defende o socialismo e faz um golaço em Ana Maria Braga



A apresentadora global Ana Maria Braga adora o consumismo capitalista e nunca escondeu a sua rejeição às idéias de esquerda. Mas, geralmente, ela exagera nas suas paixões. No seu programa da TV Globo da semana passada, ela entrevistou o jogador sérvio Dejan Petkovic, atual campeão pelo Flamengo e craque reconhecido por todos os apreciadores do futebol. A entrevista até que ia bem, quando ela não se conteve e disparou: “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.



2011

Sociólogo desmonta matéria da Globo contra jovens britânicos


A tese do jornalismo da Globo (comandado por um sujeito que afirma não existir racismo no Brasil) era simples: os jovens que têm promovido manifestações em Londres e noutras cidades inglesas deveriam ser tratados por criminosos – “marginais” foi o termo usado – por alguém da “academia”. Convidaram o sociólogo Silvio Caccia Bava, do Instituto Pólis (entidade história na luta por moradia e pela reforma urbana), para confirmar a tese. Deu no que deu: desastre para a Globo News.



2012

Caio Blat critica atuação da Rede Globo no mercado cinematográfico nacional


As críticas foram bastante contundentes.

Mas em função das polêmicas geradas pela divulgação do vídeo, o ator provavelmente sofreu pressões do empregador, acabou se dizendo arrependido e exigiu que a Prefeitura de Suzano SP (que havia contratado a palestra e reproduziu o vídeo em rede) tirasse o conteúdo do ar: http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2012/07/31/caio-blat-fala-mal-da-globo-pede-desculpas-e-tira-do-ar-video-com-suas-criticas.htm


2012

Em critica à indústria dos paparazzis, Pedro Cardoso acaba fazendo contundente denúncia à própria Rede Globo.



2013

Globo censura repórter que elogia medicina de Cuba


Programa da Globo News pretendia massacrar o Mais Médicos, mas o jornalista Jorge Pontual faz relato positivo da medicina cubana. Este trecho foi retirado do site da Globo News na Internet.


2014

Uma aula de Venezuela e um pito na Globo, em plena Globo


Em debate na Globonews, Igor Fuser, professor de Relações Internacionais da UFABC, explica a crise, derruba o mito da ‘falta de liberdade’ no país vizinho e desnuda a parcialidade da imprensa.




2015

Angélica e equipe desistem de gravar matéria na Unirio devido a protesto de estudantes contra a emissora



Em 4 de Março de 2015, Angélica e sua equipe se preparavam para gravar no jardim da Universidade Unirio, na Urca, quando foram surpreendidos pelos alunos cantando e gritando palavras de ordem.

"O povo não é bobo, abaixo a rede globo!"

Para além de ser mais uma demonstração de repúdio à emissora, o episódio produziu uma imagem que chamou a atenção e foi objeto de colunas em blogs e jornais.


Angélica, sendo protegida do Sol por uma trabalhadora negra, tal qual as pinturas de Debret registraram nos tempos da escravidão no Brasil. A imagem que estamos compartilhando tiramos do Blog Carcará - e contêm a mesma cena em duas ocasiões diferentes: http://carcara-ivab.blogspot.com.br/2015/03/sinha-angelica.html

Até a Folha de São Paulo ironizou: https://www.facebook.com/folhadesp/posts/1028269843881685


2015

Doutor em Sociologia dá aula de Política na Rede Globo
(sobre protestos do dia 15 de março)


Os repórteres da Globo Espírito Santo bem que tentaram induzir o Prof. Dr. Vitor Amorim de Ângelo a confirmar a tese de que a corrupção é um problema circunscrito ao PT e ao Executivo, de que as manifestações de 15 de março não foram majoritariamente de eleitores de Aécio Neves, entre outros disparos de senso-comum.

Mas muito educadamente e serenamente, o sociólogo problematizou e desmontou essas versões dos fatos.


2015

Ativistas são presos durante homenagem a Rede Globo na Câmara


Para coroar os 50 anos de Rede Globo, foi arranjada sob medida uma sessão solene na Câmara dos Deputados: esvaziada, sem povo e autoritária.

Três pessoas que abriram faixa e denunciaram o envolvimento da emissora com a Ditadura Militar foram retirados à força do Plenário da Câmara.

São militantes pela Democratização dos Meios de Comunicação que almejam uma comunicação verdadeiramente plural e democrática no país, o que não existirá enquanto as concessões de rádio e TV forem objeto de monopólio, não obedecendo a dispositivos constitucionais por absoluta falta de regulamentação (que as mentes obtusas confundem com "censura", mas nada tem a ver com isto).




 

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* Os tentáculos de William Hearst chegaram bem além das fronteiras dos EUA, tendo ele se envolvido com o Partido Nacional-Socialista (Nazista) Alemão e contribuido para construir a farsa do Holodomor (suposto genocídio de ucranianos pela URSS), eficientemente usada pelos alemães na II Guerra Mundial e pelos EUA durante a Guerra Fria. Mesmo com o fim da URSS, o mito do Holodomor permaneceu sendo usado para fomentar o neonazismo na Ucrânia, que ganhou força até ser capaz do recente Golpe de Estado que instaurou uma grava crise na região.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vietnã: a generalização preconceituosa de José de Abreu​ e as reportagens de Luiz Carlos Azenha​





















Não podemos tomar o todo pelo particular, condenando um povo inteiro pelo comportamento de algumas pessoas.

Recentemente, o ator e militante do PT José de Abreu voltou do Vietnã fazendo comentários extremamente depreciativos sobre aquele país e seu povo. Por quê? Porque teve algumas experiências ruins, por ter sido roubado:

Mas vejamos outra experiência que foi bem mais proveitosa.

Em 2009 o jornalista Luiz Carlos Azenha esteve no Vietnã por vários dias e fez uma excelente reportagem, mostrando a cultura e o dia-a-dia dos vietnamitas, falando sobre sua história, etc.

Essas reportagens estão disponíveis no Youtube em seis partes, que compartilho abaixo:









quinta-feira, 16 de abril de 2015

O setor público JÁ terceiriza há tempos as atividades fim!

Nesta terça-feira (14/04) foi aprovado pela Câmara dos Deputados um destaque ao PL 4330, que exclui a possibilidade de o setor público (incluindo empresas de economia mista) passar a terceirizar atividades fim. Em função disto, muitos colegas do Banco do Brasil entenderam que o projeto não os ameaça mais. Isto é falso!

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que (às margens da Lei) já existe terceirização de atividades fim em grande escala, tanto no setor público quanto no setor privado. Um exemplo disso são os correspondentes bancários. Vejam nesta foto como uma empresa terceirizada é instalada logo ao lado de uma agência do BB, onde são oferecidas várias linhas de crédito para clientes. Ora, empréstimos fazem parte das atividades fim de um banco!







Com a aprovação do PL 4330, mesmo que o setor público permaneça proibido (em tese) de terceirizar atividades fim, a tendência é que sejam contratados ainda mais correspondentes bancários, enquanto o quadro de funcionários das agências são 'enxugados'. Por quê? Porque entre outras coisas, o PL 4330 institui que a responsabilidade da empresa contratante em relação aos direitos do trabalhador terceirizado é 'subsidiária' - e não solidária. Isto quer dizer que diante de violações a seus direitos, o trabalhador em um primeiro momento só poderá acionar a empresa prestadora de serviço. Com o menor risco legal, a tendência é a terceirização ocorrer a um ritmo mais acelerado, mesmo no setor público.

Outra forma de os funcionários concursados serem atingidos indiretamente: pela concorrência! Imaginem como não será a pressão por produtividade sobre os funcionários do Banco do Brasil, que continuará tentando bater os lucros do Itaú - desta vez extraídos à custa da super-exploração de trabalhadores.

Se o PL 4330 for aprovado como está, não demorará muito para que a conhecida retórica anti-servidor-público ganhe força redobrada. Diante de trabalhadores terceirizados nos bancos privados (recebendo salários baixíssimos e trabalhando por longas horas), os funcionários do BB serão acusados de "ineficientes", "improdutivos", "não competitivos", etc. Daí a ser colocada em votação uma lei que libere de vez a terceirização no setor público, é um pulo!

Por fim, não podemos deixar de apontar a ilusão do egoísta. Certamente que os funcionários do setor público têm parentes, amigos, vizinhos, etc. que não são concursados - e que portanto serão afetados diretamente. Como podemos nos fazer de "indiferentes" a isto?

O destaque apresentado pelo PSDB e apoiado pela ampla maioria da Câmara (incluindo partidos que haviam votado contra o projeto) deve ser compreendido antes de tudo como uma conquista dos trabalhadores organizados, que vêm pressionando contra a terceirização e denunciaram ao longo da última semana que a aprovação do PL 4330 poderia acarretar no fim dos concursos públicos.

Mas não devemos nos acomodar! Devemos lutar para que o PL 4330 seja arquivado/barrado/vetado/inconstitucionalizado na íntegra!

E mesmo que derrotemos o PL 4330, ainda será necessário lutar contra a terceirização que já existe - e que abusa dos trabalhadores e seus direitos todos os dias!


(Texto publicado originalmente na página da Oposição Bancária de Uberlândia e Região: https://www.facebook.com/oposicaobancariaudi/photos/a.1377369602538031.1073741828.1377068429234815/1482471468694510/?type=1)