domingo, 26 de abril de 2015

#GloboGolpista50 - 13 vídeos para DEScomemorar os 50 anos da Globo

Em ordem cronológica:


1975

Exaltação e propaganda da Ditadura Militar na voz de Cid Moreira



1987

Jô Soares desabafa contra a Globo ao receber Troféu Imprensa de Melhor Humorista, pelo SBT


Aconteceu em 1987 o que hoje nem os mais otimistas poderiam considerar. Ao vivo, Jô Soares desabafa contra a Rede Globo em cadeia nacional.

Após receber das mãos de Sílvio Santos o troféu imprensa de melhor humorista, Jô pede licença para ler um artigo de sua autoria publicado no Jornal do Brasil. O conteúdo da mensagem trata de práticas habituais da emissora dos Marinho que sobrevivem até os dias atuais. Isto é, pisotear quem não mais lhe serve; censurar tudo o que representa interesses contrários; abusar da influência para engendrar perseguições e manipular o imaginário popular.

(Texto do site Pragmatismo Político)


1993

Além do Cidadão Kane


Documentário produzido pela BBC de Londres, lançado em 1993 e desde então censurado no Brasil.

O título Além do Cidadão Kane faz alusão a um filme inspirado na vida de William Hearst, magnata da imprensa norte-americana, corrupto, responsável pela produção de matérias sensacionalistas e por manipulações grosseiras com fins políticos*. Qualquer semelhança com o legado de Roberto Marinho não é mera coincidência.

Embora a Record seja proprietária dos direitos de transmissão desde 2009, ainda não logrou transmitir o filme em cadeia nacional. No entanto, a peça já foi exibida em espaços públicos e circula desde então em cópias (VHS, CD, DVD), tornando-se bastante acessível nos dias de hoje através da Internet.

Um autor anônimo narra que os esforços dos Marinhos e do Estado em censurar a obra acabaram contribuindo para  torná-la um hit e um cult:

Como a celeuma em torno da censura ao documentário "Além do Cidadão Kane" ajudou a transformar o filme num cult

Foi há exatamente dez anos, em 1993. O documentário "Além do Cidadão Kane", da BBC havia sido apresentado em uma única sessão no Museu da Imagem e do Som (MIS). Até aí, tudo bem, e a repercussão do filme não teria nada de extraordinário, não fosse a decisão do então secretário da cultura do estado, Ricardo Ohtake, de demitir o programador do MIS, Geraldo Anhaia Mello, por ordens diretas do então governador Fleury, o "marechal do Carandiru". Para quem não é de São Paulo, o governo Fleury é considerado um dos mais corruptos da história do estado, só perdendo para o de seu padrinho político Orestes Quércia. A justificativa de Ohtake era que o filme estaria sendo exibido sem a autorização de seu diretor, Simon Hartog, mas todos diziam que o motivo real eram as pressões vindas diretamente de Roberto Marinho.

Imediatamente inicia-se violenta polêmica na imprensa, e Geraldo Anhaia Mello, longe de se intimidar, parte para o contra-ataque através do jornal "Folha de São Paulo" Tão logo toma conhecimento do caso, o próprio Simon Hartog envia autorização liberando a veiculação irrestrita do documentário em território nacional, e assim o pretexto para censurar o filme cai por terra. Não resta ao MIS outra alternativa senão realizar sessões gratuitas do filme, que atraem multidões que nunca teriam tomado conhecimento do documentário sem a celeuma em torno de sua censura. Eu fui uma das pessoas que compareceu a uma dessas sessões sempre lotadas, e apesar de ir muito ao cinema, foi o único filme a que assisti até hoje que foi aplaudido de pé no final. Homenagem mais do que merecida, não só ao filme (que dizia o que ninguém no Brasil tinha peito de dizer), mas à coragem e determinação do jornalista Geraldo Anhaia Mello.


http://www.midiaindependente.org/pt/red/2003/08/260569.shtml



1994

Direito de Resposta de Leonel Brizola lido por Cid Moreira


Fernando Britto conta a história:

"Já no Governo, em 1992, Brizola dá uma entrevista, dizendo que por toda a sabotagem que a Globo fizera à Passarela do Samba, o prefeito da cidade, Marcello Alencar deveria negar à emissora a exclusividade da transmissão do Carnaval.

Foi o que bastou para que o jornal O Globo publicasse um editorial violentíssimo contra Brizola – o título era “Para Entender a Fúria de Brizola”, acusando-o  de senilidade, “declínio da saúde mental”, e por suas relações, sempre institucionais, com o Presidente da República, Fernando Collor.

À noite, o Jornal Nacional reproduziu, na voz de Moreira, o texto insultuoso."

Brizola solicita redação de texto pelo Britto e entram no dia seguinte com pedido de direito de resposta.
"Foram dois anos e um mês de espera pela Justiça.

(...)

No final do dia 9 de março chega a notícia da vitória no Superior Tribunal de Justiça, mas ainda havia um recurso possível e um “notificaram a Globo ou não notificaram?”. O ceticismo, confesso, era maior que a ansiedade.


No próprio dia 15, terça da semana seguinte, quando o texto foi ao ar, não críamos – nem eu, nem Brizola – que aquilo iria acontecer".


2010

Petkovic defende o socialismo e faz um golaço em Ana Maria Braga



A apresentadora global Ana Maria Braga adora o consumismo capitalista e nunca escondeu a sua rejeição às idéias de esquerda. Mas, geralmente, ela exagera nas suas paixões. No seu programa da TV Globo da semana passada, ela entrevistou o jogador sérvio Dejan Petkovic, atual campeão pelo Flamengo e craque reconhecido por todos os apreciadores do futebol. A entrevista até que ia bem, quando ela não se conteve e disparou: “Como foi nascer num país com tanta dificuldade?”.



2011

Sociólogo desmonta matéria da Globo contra jovens britânicos


A tese do jornalismo da Globo (comandado por um sujeito que afirma não existir racismo no Brasil) era simples: os jovens que têm promovido manifestações em Londres e noutras cidades inglesas deveriam ser tratados por criminosos – “marginais” foi o termo usado – por alguém da “academia”. Convidaram o sociólogo Silvio Caccia Bava, do Instituto Pólis (entidade história na luta por moradia e pela reforma urbana), para confirmar a tese. Deu no que deu: desastre para a Globo News.



2012

Caio Blat critica atuação da Rede Globo no mercado cinematográfico nacional


As críticas foram bastante contundentes.

Mas em função das polêmicas geradas pela divulgação do vídeo, o ator provavelmente sofreu pressões do empregador, acabou se dizendo arrependido e exigiu que a Prefeitura de Suzano SP (que havia contratado a palestra e reproduziu o vídeo em rede) tirasse o conteúdo do ar: http://televisao.uol.com.br/noticias/redacao/2012/07/31/caio-blat-fala-mal-da-globo-pede-desculpas-e-tira-do-ar-video-com-suas-criticas.htm


2012

Em critica à indústria dos paparazzis, Pedro Cardoso acaba fazendo contundente denúncia à própria Rede Globo.



2013

Globo censura repórter que elogia medicina de Cuba


Programa da Globo News pretendia massacrar o Mais Médicos, mas o jornalista Jorge Pontual faz relato positivo da medicina cubana. Este trecho foi retirado do site da Globo News na Internet.


2014

Uma aula de Venezuela e um pito na Globo, em plena Globo


Em debate na Globonews, Igor Fuser, professor de Relações Internacionais da UFABC, explica a crise, derruba o mito da ‘falta de liberdade’ no país vizinho e desnuda a parcialidade da imprensa.




2015

Angélica e equipe desistem de gravar matéria na Unirio devido a protesto de estudantes contra a emissora



Em 4 de Março de 2015, Angélica e sua equipe se preparavam para gravar no jardim da Universidade Unirio, na Urca, quando foram surpreendidos pelos alunos cantando e gritando palavras de ordem.

"O povo não é bobo, abaixo a rede globo!"

Para além de ser mais uma demonstração de repúdio à emissora, o episódio produziu uma imagem que chamou a atenção e foi objeto de colunas em blogs e jornais.


Angélica, sendo protegida do Sol por uma trabalhadora negra, tal qual as pinturas de Debret registraram nos tempos da escravidão no Brasil. A imagem que estamos compartilhando tiramos do Blog Carcará - e contêm a mesma cena em duas ocasiões diferentes: http://carcara-ivab.blogspot.com.br/2015/03/sinha-angelica.html

Até a Folha de São Paulo ironizou: https://www.facebook.com/folhadesp/posts/1028269843881685


2015

Doutor em Sociologia dá aula de Política na Rede Globo
(sobre protestos do dia 15 de março)


Os repórteres da Globo Espírito Santo bem que tentaram induzir o Prof. Dr. Vitor Amorim de Ângelo a confirmar a tese de que a corrupção é um problema circunscrito ao PT e ao Executivo, de que as manifestações de 15 de março não foram majoritariamente de eleitores de Aécio Neves, entre outros disparos de senso-comum.

Mas muito educadamente e serenamente, o sociólogo problematizou e desmontou essas versões dos fatos.


2015

Ativistas são presos durante homenagem a Rede Globo na Câmara


Para coroar os 50 anos de Rede Globo, foi arranjada sob medida uma sessão solene na Câmara dos Deputados: esvaziada, sem povo e autoritária.

Três pessoas que abriram faixa e denunciaram o envolvimento da emissora com a Ditadura Militar foram retirados à força do Plenário da Câmara.

São militantes pela Democratização dos Meios de Comunicação que almejam uma comunicação verdadeiramente plural e democrática no país, o que não existirá enquanto as concessões de rádio e TV forem objeto de monopólio, não obedecendo a dispositivos constitucionais por absoluta falta de regulamentação (que as mentes obtusas confundem com "censura", mas nada tem a ver com isto).




 

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* Os tentáculos de William Hearst chegaram bem além das fronteiras dos EUA, tendo ele se envolvido com o Partido Nacional-Socialista (Nazista) Alemão e contribuido para construir a farsa do Holodomor (suposto genocídio de ucranianos pela URSS), eficientemente usada pelos alemães na II Guerra Mundial e pelos EUA durante a Guerra Fria. Mesmo com o fim da URSS, o mito do Holodomor permaneceu sendo usado para fomentar o neonazismo na Ucrânia, que ganhou força até ser capaz do recente Golpe de Estado que instaurou uma grava crise na região.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Vietnã: a generalização preconceituosa de José de Abreu​ e as reportagens de Luiz Carlos Azenha​





















Não podemos tomar o todo pelo particular, condenando um povo inteiro pelo comportamento de algumas pessoas.

Recentemente, o ator e militante do PT José de Abreu voltou do Vietnã fazendo comentários extremamente depreciativos sobre aquele país e seu povo. Por quê? Porque teve algumas experiências ruins, por ter sido roubado:

Mas vejamos outra experiência que foi bem mais proveitosa.

Em 2009 o jornalista Luiz Carlos Azenha esteve no Vietnã por vários dias e fez uma excelente reportagem, mostrando a cultura e o dia-a-dia dos vietnamitas, falando sobre sua história, etc.

Essas reportagens estão disponíveis no Youtube em seis partes, que compartilho abaixo:









quinta-feira, 16 de abril de 2015

O setor público JÁ terceiriza há tempos as atividades fim!

Nesta terça-feira (14/04) foi aprovado pela Câmara dos Deputados um destaque ao PL 4330, que exclui a possibilidade de o setor público (incluindo empresas de economia mista) passar a terceirizar atividades fim. Em função disto, muitos colegas do Banco do Brasil entenderam que o projeto não os ameaça mais. Isto é falso!

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que (às margens da Lei) já existe terceirização de atividades fim em grande escala, tanto no setor público quanto no setor privado. Um exemplo disso são os correspondentes bancários. Vejam nesta foto como uma empresa terceirizada é instalada logo ao lado de uma agência do BB, onde são oferecidas várias linhas de crédito para clientes. Ora, empréstimos fazem parte das atividades fim de um banco!







Com a aprovação do PL 4330, mesmo que o setor público permaneça proibido (em tese) de terceirizar atividades fim, a tendência é que sejam contratados ainda mais correspondentes bancários, enquanto o quadro de funcionários das agências são 'enxugados'. Por quê? Porque entre outras coisas, o PL 4330 institui que a responsabilidade da empresa contratante em relação aos direitos do trabalhador terceirizado é 'subsidiária' - e não solidária. Isto quer dizer que diante de violações a seus direitos, o trabalhador em um primeiro momento só poderá acionar a empresa prestadora de serviço. Com o menor risco legal, a tendência é a terceirização ocorrer a um ritmo mais acelerado, mesmo no setor público.

Outra forma de os funcionários concursados serem atingidos indiretamente: pela concorrência! Imaginem como não será a pressão por produtividade sobre os funcionários do Banco do Brasil, que continuará tentando bater os lucros do Itaú - desta vez extraídos à custa da super-exploração de trabalhadores.

Se o PL 4330 for aprovado como está, não demorará muito para que a conhecida retórica anti-servidor-público ganhe força redobrada. Diante de trabalhadores terceirizados nos bancos privados (recebendo salários baixíssimos e trabalhando por longas horas), os funcionários do BB serão acusados de "ineficientes", "improdutivos", "não competitivos", etc. Daí a ser colocada em votação uma lei que libere de vez a terceirização no setor público, é um pulo!

Por fim, não podemos deixar de apontar a ilusão do egoísta. Certamente que os funcionários do setor público têm parentes, amigos, vizinhos, etc. que não são concursados - e que portanto serão afetados diretamente. Como podemos nos fazer de "indiferentes" a isto?

O destaque apresentado pelo PSDB e apoiado pela ampla maioria da Câmara (incluindo partidos que haviam votado contra o projeto) deve ser compreendido antes de tudo como uma conquista dos trabalhadores organizados, que vêm pressionando contra a terceirização e denunciaram ao longo da última semana que a aprovação do PL 4330 poderia acarretar no fim dos concursos públicos.

Mas não devemos nos acomodar! Devemos lutar para que o PL 4330 seja arquivado/barrado/vetado/inconstitucionalizado na íntegra!

E mesmo que derrotemos o PL 4330, ainda será necessário lutar contra a terceirização que já existe - e que abusa dos trabalhadores e seus direitos todos os dias!


(Texto publicado originalmente na página da Oposição Bancária de Uberlândia e Região: https://www.facebook.com/oposicaobancariaudi/photos/a.1377369602538031.1073741828.1377068429234815/1482471468694510/?type=1)

sábado, 21 de março de 2015

Sobre a suposta superioridade "moral" da Ditadura Militar

Muitos argumentam que na Ditadura Militar não havia tanta corrupção, criminalidade e violência.

No que diz respeito à corrupção, vamos desmistificar. Havia sim, MUITA CORRUPÇÃO.

Em seguida, vamos dar algum mérito aos gorilas de farda pela explosão de violência que vivemos nos dias de hoje.


'O que os olhos não vêem, o coração não sente', diz o ditado.


Um embaixador denunciou que houve super-faturamento nas obras de Itaipu, mas foi assassinado em 1979. Recentemente, um executivo da Camargo Corrêa admitiu que distribuiu propinas para políticos no Brasil por quarenta anos (ou seja, iniciou sua carreira em pleno regime militar).

Outros casos de corrupção na Ditadura envolvendo figuras do alto escalão e parentes de generais foram denunciados pelo jornalista e escritor J. Carlos de Assis, mas sem qualquer apuração por parte do Estado ou da grande mídia. Aliás, enquanto denunciantes eram calados pela censura (ou por assassinato), a grande mídia apoiava o regime. Ou seja, as pessoas tinham a impressão de que não havia sujeira pelo simples fato de que ela era toda varrida para debaixo do tapete.

Para se ter uma ideia do nível em que o poder público e os interesses privados estavam misturados (síntese da corrupção), vejam o que escreveu Alexandre Barros (1991, p. i-ii), especialista em lobby empresarial que se notabilizou como teórico durante a Ditadura Militar e vive desde a década de 1980 como consultor de empresas e “embaixadas” (sic) (BARROS, 1991):

"Nos tempos do regime militar, dada a alta concentração de poder, as empresas podiam limitar-se a conversar com dois ou três burocratas e conseguiam, de uma forma ou de outra, resolver seus problemas.

A partir da redemocratização o processo ficou mais complicado e passou a envolver muito mais gente".

São palavras encontradas em um livrinho muito interessante chamado "Lobby - Como fazer o governo trabalhar para a sua empresa... legalmente".


A Reforma Agrária que não aconteceu e o crescimento do crime organizado, tudo a ver.

Quanto à violência e criminalidade, para além do fato de que a tortura de prisioneiros políticos era política de Estado (tendo sido justificada como "necessária" por Geisel), é importante observar que os militares deram grande contribuição para o processo de favelização das grandes cidades. A maioria da população das favelas desde sempre foi composta por trabalhadores, mas o abandono dessas pessoas à miséria e a ausência do Estado nesses locais (à exceção de seu braço armado, a polícia) propiciaram o surgimento de um poder paralelo, o crime organizado que explodiria nos anos seguintes.

Rio de Janeiro, 1983. Uma foto que ilustra bem a relação entre o Estado e o povo pobre, negro e morador da periferia. Tal relação não se inaugurou com o Regime Militar nem foi dissolvida com o fim dele. Isto é herança do sistema escravocrata. Ainda existem abusos do Estado, racismo e graves violações dos direitos dessa população. Embora os militares não sejam os únicos responsáveis por esta cena, as grandes cidades poderiam ter sido organizadas de outra forma caso a Reforma Agrária proposta por João Goulart em 1964 tivesse sido levada a cabo.
Explico a responsabilidade dos milicos: uma das principais consequências do Golpe de 1964 foi o impedimento da Reforma Agrária proposta por João Goulart. Sem Reforma Agrária (que os países capitalistas mais desenvolvidos do mundo fizeram, mas por aqui dizem que é coisa de comunista) o processo de industrialização do campo e urbanização no Brasil foi concluído com intenso êxodo rural. A população migrava do campo para as cidades e era recebida em condições precárias. O descaso das autoridades obrigou essas pessoas a improvisarem moradias nos arredores das cidades, muitas vezes em áreas íngremes.

Para piorar, os salários na nova vida urbana eram baixíssimos - e quando  corrigidos, era abaixo da elevação do custo de vida. As taxas de inflação foram altíssimas durante vários anos da Ditadura. Aquilo sim era carestia.

E pensar que a pequena-burguesia de hoje faz do preço da gasolina argumento para um "impeachment".




Referências

"Meu pai sabia demais": http://www.brasilpost.com.br/2015/03/19/morte-jose-jobim-corrupcao-itaipu_n_6898294.html?ncid=tweetlnkbrhpmg00000002 

O homem da mala da Camargo Corrêa: http://www.istoe.com.br/reportagens/407824_O+HOMEM+DA+MALA+DA+CAMARGO+CORREA 

Corrupção e a ditadura militar: http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/corrupcao-e-a-ditadura-militar 

A grande imprensa apoiou o golpe e a ditadura: http://www.cartacapital.com.br/politica/a-grande-impressa-apoiou-o-golpe-e-a-ditadura-e-nao-teve-papel-relevante-para-o-fim-do-regime-1979.html 

Documentos revelam mortes à sombra dos militares 48 anos após o Golpe Militar: http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2012/03/31/interna_politica,286509/documentos-revelam-mortes-a-sombra-dos-militares-48-anos-apos-o-golpe-militar.shtml 

Reforma Agrária e o Golpe de 1964 - imaginar o passado para projetar o futuro: http://terradedireitos.org.br/2014/04/01/mst-reforma-agraria-e-o-golpe-de-1964-imaginar-o-passado-para-projetar-o-futuro/ 

Social antes do individual - Reforma agrária já!: http://www.oocities.org/sulanca/refagr.htm 

O Outro Lado do "Milagre Econômico" - Exploração e Repressão à Classe Trabalhadora Brasileira: http://historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=474 

Inflação e dívida pública explodiram no Brasil ao final da ditadura militar: http://www.r7.com/r7/media/2014/20140331-info-ditadura/20140331-info-ditadura.html

terça-feira, 17 de março de 2015

Graças ao PT meu salário não compra mais nada! SQN

[DADOS CORRIGIDOS E ATUALIZADOS EM 25/03/2015]

Por todo o 1º mandato de Dilma Rousseff, a oposição tucano-midiática fez um verdadeiro terrorismo em torno das taxas de inflação, que o próprio Fernando Henrique Cardoso já reconheceu que foram menores que as dele.

Depois de segurar o preço da gasolina por três anos (enquanto no resto do mundo subia), Dilma e o menino do Bradesco (Joaquim Levy) resolveram retomar a cobrança do Cide sobre o combustível (estava isento desde 2012). Isto faz parte de um discutível pacote de ajustes fiscais, que infelizmente não inclui tributar grandes fortunas, heranças e remessas de lucros para o exterior.

A classe média foi à loucura, xingou Dilma e o PT de tudo o que é nome. Como de costume, sem razão.

Em primeiro lugar, é importante reconhecer que para a grande maioria dos brasileiros houve inegáveis avanços no poder de compra.

Comecemos pelos mais pobres, por questão de humanismo: cerca de 36 milhões de pessoas que mal tinham (ou não tinham) o que comer hoje têm acesso a empregos e consomem cada vez mais e de tudo.

A renda per capita em muitas famílias ainda é menor que um salário mínimo (isto ocorre por um lado porque ainda existe informalidade, por outro porque em muitas famílias um salário mínimo é responsável pelo sustento de duas, três ou mais pessoas).

Mas a maioria dos trabalhadores brasileiros recebe um salário mínimo ou mais: "De acordo com o [Banco Central], 28,2% dos trabalhadores brasileiros recebem um salário mínimo e 54,4% ganham de um a três salários mínimos".

Mais importante: o salário mínimo atingiu no início deste ano o maior valor de compra em 50 anos.

Para quem não acredita nos índices oficiais, investiguei a variação nos preços de alguns produtos essenciais e também dos salários.

Foquemos no alvo preferido das reclamações de "carestia" que se anda fazendo, a GASOLINA:

O reajuste da gasolina nesses 12 anos e poucos meses de governos Lula e Dilma foi de 56%. Em apenas oito anos de FHC o reajuste foi muito maior, 302%.

O salário mínimo em 1994 comprava 132 litros de gasolina. Ao final do segundo mandato de FHC, passou a comprar menos, 94 litros. Mas em 2015, mesmo com os recentes aumentos, o salário mínimo compra 237 litros de gasolina, bem mais do que se comprava no início do Plano Real.

Ao analisarmos o poder de compra do salário mínimo sobre outros produtos, verificamos que em alguns casos houve leve valorização nos anos do Governo FHC, com valorização acentuada nos anos seguintes (veja tabela abaixo).

Para analisarmos o poder de compra de quem recebe mais que um salário mínimo, tomei como referência uma profissão tipicamente de classe média: o BANCÁRIO. Peguei o salário inicial dos bancários de instituições privadas (pouco mais de dois salários mínimos em valores atuais) e também o salário de um funcionário recém concursado no Banco do Brasil (pouco menos de três salários mínimos em valores atuais).

No caso dos bancários que trabalham em instituições privadas (Itaú, Bradesco, Santander, etc.), observa-se que houve uma forte desvalorização do poder de compra do salário nos anos de FHC e uma forte revalorização nos anos petistas, chegando a um poder de compra maior do que o observado no início do Plano Real.

Já os funcionários concursados no Banco do Brasil, embora tenham verificado a mesma trajetória (desvalorização do poder de compra entre 1994 e 2002, valorização dali em diante), ainda não recuperaram o poder de compra de 1994. Por quê? Porque com a intenção de "dinamizar" para a concorrência e eventualmente privatizar as empresas públicas, houve um severo arroxo salarial no Governo FHC. A perda do poder de compra entre os funcionários do BB foi tão severa que os reajustes dos últimos anos não foram suficientes para uma recomposição. Mas é inegável que têm havido reajustes reais, ao contrário do que ocorria antes.

O objetivo de publicar esses dados não é fazer crer que devemos nos acomodar. Nossos salários ainda precisam continuar se valorizando acima das taxas de inflação. Para isto, a classe trabalhadora não deve simplesmente contar com a boa vontade dos governantes, mas sim fazer pressão através do movimento sindical, como fez todo esse tempo.

O que não se pode é recorrer a mentiras para tentar deslegitimar o mandato de Dilma Rousseff. Que as pessoas façam as críticas justas e coerentes, mas com atenção para não reivindicarem a volta dos que verdadeiramente arrochavam os salários dos trabalhadores brasileiros. E se o objetivo é este, que não se mascare, que se aguarde 2018 para um novo enfrentamento eleitoral, sem golpes!

Abaixo as tabelas que demonstram como o poder de compra dos salários foi corroído nos governos do PSDB e depois valorizado nos doze anos de gestões petistas. Ao final da postagem, uma relação dos dados e fontes utilizados.

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FONTES:

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Salário Mínimo

1994 - R$ 70,00
2002 - R$ 200,00
2015 - R$ 788,00

"Portal Contábeis": http://www.contabeis.com.br/tabelas/salario-minimo/

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Salário do Bancário (ingressante, após 90 dias)

1994 - R$ 273,00
2002 - R$ 583,20
2015 - R$ 1.796,45

Federação dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e Distrito Federal: http://assets.izap.com.br/www.feebmg.org.br/uploads/convencoeseacordos/word/4fccde04f855862add0f9953c445c63bEvolucao_Salarial_Maio_2013.doc

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Salário do Escriturário no Banco do Brasil  (ingressante, após 90 dias)

1995 - R$ 732,00
2002 - R$ 898,88
2015 - R$ 2.227,26

Jornal Biz Ouro, do Sindicato dos Bancários da Bahia - PAG 3: http://bancariosbahia.org.br/arquivos/pub_especiais/31/ARQUIVO_PUBESPECIAIS.PDF

Portal "Terra": http://economia.terra.com.br/terra-da-diversidade/banco-do-brasil-abre-concurso-com-salario-de-r-222726,e6e6fea51326a410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

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Preço do pão francês (50 g)

1994 - R$  0,09
2002 - R$  0,23
2015 - R$  0,48 (R$ 9,45 por quilo)

Blog "Achados Econômicos": http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/08/15/ha-20-anos-arroz-custava-r-064-e-show-do-chitaozinho-r-15-relembre/

Estadão: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,pao-frances-passa-de-heroi-a-vilao,20021121p14223

A Tribuna: http://www.atribunaonline.com/geral-internas/2124-farsul-descarta-influencia-de-variacao-cambial-no-aumento-do-pao-no-rs

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Preço do botijão de gás (13 kg)

1994 - R$  5,00
2002 - R$ 29,35 (preço de janeiro de 2003, indicado em gráfico)
2015 - R$ 49,93 (preço médio verificado na região metropolitana de Belo Horizonte em 25/03/2015)

Portal "Quanto Custava?": http://www.quantocustava.com.br/2014/09/quanto-custava-um-botijao-de-gas-em-1994.html

Sindicato das Empresas Distribuidoras, Comercializadoras e Revendedoras de Gases em Geral no Estado do Rio Grande do Sul: http://www.singasul.com.br/noticias/456/Elei%C3%A7%C3%B5es%20para%20presidente%20e%20o%20pre%C3%A7o%20do%20botij%C3%A3o%20de%20g%C3%A1s%20de%20cozinha

Portal "Mercado Mineiro": http://www.mercadomineiro.com.br/pesquisa/gas-cozinha-pesquisa-precos

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Preço do pacote de arroz (5Kg)

1994 - R$ 3,20
2002 - R$ 6,86
2015 - R$ 13,70 (preço médio da marca Prato Fino na Região Metropolitana de Belo Horizonte, verificado em 25/03/2015)

Blog Achados Econômicos: http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/2014/08/15/ha-20-anos-arroz-custava-r-064-e-show-do-chitaozinho-r-15-relembre/

Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2411200219.htm

Portal "Mercado Mineiro": http://www.mercadomineiro.com.br/pesquisa/arroz-pesquisa-precos

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Preço da gasolina (1L)

1994 - R$ 0,53
2002 - R$ 2,13
2015 - R$ 3,32 (preço médio na Região Metropolitana de Belo Horizonte, verificado em 25/03/2015)

Itatiaia: http://www.itatiaia.com.br/noticia/litro-da-gasolina-custava-r-0-53-em-1994-ano-que-o-plano-real-foi-criado

Portal "Monitor Digital": http://www.monitormercantil.com.br/index.php?pagina=Noticias&Noticia=12397&Categoria=CONJUNTURA

Portal "Mercado Mineiro": http://www.mercadomineiro.com.br/pesquisa/gasolina-pesquisa-precos

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Preço de 1 Dólar (US$)

1994 - R$ 1,00
2002 - R$ 2,60
2015 - R$ 3,17 (em 25/03/2015)

Portal UOL: http://economia.uol.com.br/financas-pessoais/noticias/redacao/2014/02/18/apos-20-anos-real-perde-poder-de-compra-e-nota-de-r-100-vale-so-r-2235.htm

Jornal Opção: http://www.jornalopcao.com.br/colunas-e-blogs/brasil/o-efeito-lula-disparou-o-dolar-em-2002-agora-dilma-levou-reeleicao-aos-bancos-866/

Portal UOL: http://economia.uol.com.br/cotacoes/cambio/dolar-comercial-estados-unidos/

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